quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Yakisoba (do pai do Zé)


Foto: Exposição do dias dos Pais - Planeta Bebê.


Ops... Esqueci-me do post do papai! Afinal o papai do Zé é o meu melhor,  critico gastronômico aqui em casa. Para o dia dos pais uma das receitas que ele mais gosta yakisoba.




Como eu estava cansada devido aos preparativos do carurú no dia anterior, o domingo foi para relaxar, e de fato, foi mesmo. A minha irmã esteve aqui logo pela manhã e levou o Zé para passar o dia com a clarinha. Dia dos pais diferente, longe do Zé. Até que de certa forma o papai com o pé machucado adorou ficar quieto num cantinho ou na frente do computador jogando vídeo game no seu dia. Final da tarde, pegamos o Zé. Aproveitamos, com muita energia, o final do dia dos pais.

Vamos preparar a nossa receita:

Ingredientes:



250 g de frango
250 g de carne vermelha
70 g de bacon fatiado









01 cenoura
01 cebola
01 bandeja de cogumelos frescos
½ brócolis
½ acelga
01 pedaço de gengibre







½ pimentão verde
½ pimentão vermelho
½ pimentão amarelo










200 g de macarrão para yakisoba








02 colheres de sopa de açúcar mascavo
02 colheres de sopa de amido de milho
50 ml de saquê
02 colheres (sopa) de óleo de gergelim
02 colheres (sopa) de azeite
½ copo de agua
03 colheres (sopa) de molho de soja
03 colheres (sopa) de molho de ostra
01 colher (sopa) de molho a base de peixe
Cebolinha a gosto


Iniciar receita:

Cozinhe a massa, escorra e reserve.

Lave o brócolis, corte (tipo arvorezinhas) e cozinhe rapidamente no vapor, reserve. Fatie a cenoura e o cogumelo. Corte a cebola e os pimentões em cubos. Fatie a acelga. Corte a cebolinha em fatias finas na diagonal. Reservando-os separadamente.


Use uma panela Wok, ou uma frigideira grande. Aqueça bem e coloque o bacon para dourar, quando estiver crocante, retire e substitua pelas carnes, junte o óleo de gergelim e salteando-os para dourar todos os lados, agora junte o açúcar para caramelizar. Quando estiver cozida/dourada/caramelizada, coloque o saque; agora você pode flambar de duas formas: vire a frigideira, delicadamente, até o fogo tomar conta ou coloque o saquê na frigideira acenda um palito de fosforo longo e coloque fogo. Espere evaporar o álcool, retire e junte ao bacon.



De volta à panela, coloque óleo de gergelim na panela e refogue a cebola, junte os pimentões, a cenoura, gengibre, a berinjela, o brócolis.






Faça uma mistura dos molhos com o amido de milho: molho de soja, o molho a base de peixe e molho de ostra, com a agua, diluindo um pouco e a nossa mistura de agua e molhos e deixe reduzir, isso em fogo baixo, Junte as carnes e seguido do macarrão. Incorpore-os bem. Agora por ultimo coloque a acelga e finalize com a cebolinha.

A receita serve 04 pessoas, mas aqui em casa o pai do Zé não facilita.

sábado, 20 de agosto de 2011

Hojé a comida é baiana!



Apagão e Chuva – foi assim que eu iniciei os preparativos do Carurú de despedida/Caruru do Zé na sexta, 12 de agosto.

Acontece que as meninas da Ufba falaram que o Carurú era do Zé. Um motivo para virem aqui em casa e para aquelas que ainda não conheciam o famoso Zé terem esse imenso prazer. Mas, o Zé é pé frio.


Brinco com isso porque essa história de pé frio e antiga: 

o   O carro quebrado em sua primeira  viagem de carro - RJ/SP;
o   Turbulências no avião em sua primeira viagem aérea;
o   Os desacertos nas passagens na primeira viagem e mudança à Salvador;
o   Apagão e muita chuva no primeiro carurú, e outras…

Mas, lógico que isso é só mais um motivo para gozação. O Zé é um menininho muito danado e faz a sua sorte, não é atoa que com todas as vezes que tenta durante o dia, e são muitas, sempre para no chão e no final tem colinho da mamãe com peito e leitinho prontinho na hora do dengo.

Com a semana atribulada devido o Conlab eu coloquei o Carurú de lado, só depois de quinta é que fui pensar nos detalhes. Porém, a Renata/Ufba por exemplo pensou, e até criou um evento no Facebook para chamar a turma. Adorei a ideia e o carinho da turma presente.



Os outros convidados ficaram por conta de alguns amigos do Elói do curso de formação da Petrobras, parte da minha família e as minhas, queridas, vizinhas. 






Com certeza sentirei muitas saudades, super prestativas, atenciosas, amigas e companheiras. Na hora da cervejinha estão lá e na hora da labuta também, mesmo que seja à luz de velas limpando camarão seco e preparando os ingredientes, me dando toques, trocando experiência.


Carurú para elas no mês de Setembro é sagrado. Para umas foi passado pela sogra ou pela mãe para continuar uma tradição e para outras se trata da religiosidade, mas tudo termina em um prato de comida delicioso. Só para entender quando vamos fazer um Carurú, que se trata de uma comida completa, mas te um prato chamado carurú feito com quiabo, os outros pratos são: vatapá, banana frita, xinxin de galinha, farofa de azeite, moqueca de peixe e arroz branco. Eu fiz o meu carurúzinho com 150 quiabos, achei muito, mas a minha vizinha de porta de frente faz 2000 quiabinhos. Também achei muito, se da trabalho fazer um pouquinho, imagina cozinhar 70 quilos de frango como ela me passou, nem tentei pensar em todo o cansaço dela depois, o meu já foi suficiente. Mas adorei as panelas de barro que ela me emprestou para arrumar a mesa.

Já falei como eu adoro o tempero da Bahia? É um Tempero para Tudo. Aqui não falta alegria e disposição. Vou sentir falta dessa terra, do seu tempero, seus aromas e cores. Uma baianidade contagiante que inspira qualquer um que passa por aqui.

Me sinto privilegiada por passar esses meses por aqui. Deixar tanta gente querida pelo caminho, deixar o azeite de dendê, o camarão seco e o acarajé nas segundas é simplesmente lamentável.



Na mesa a toalha branca, contrastando com as flores tropicais, em casa as pessoas especiais, na panela a comida gostosa, no coração transbordar de uma saudade. Estou de partida, lógico que volto, volto de passeio para mostrar para o Zé o que essa terra tem. Adoro as praias quentes, o clima de verão o ano inteiro e o seu povo hospitaleiro - gente de garra e muita fé.
Ah… A sobremesa ficou por conta dos bolinhos de estudante.

A culinária baiana é rica em temperos com ingredientes fortes e distintos.



Pimenta para acompanhar.

Falar de culinária baiana é necessário resgatar a cultura herdada pela influência africana, portuguesa e indígena. Com essa mistura encontramos uma culinária peculiar. Na Bahia me imergir num universo de contraste e nada melhor do que relembrar a história para quando a gente saborear um prato típico da culinária baiana saber a sua origem:

Em 1550, os primeiros escravos africanos vieram da Nigéria, Angola, Senegal, Congo, Benin, Etiópia e Moçambique. Com o trabalho deles, a cidade prosperou, principalmente à atividade portuária, cultura da cana de açúcar e comercialização o algodão o fumo e gado do Recôncavo.
A maioria dos negros destinados ao Sul e ao Sudeste pertencia à etnia banto, majoritária no centro-sul da África. Para a região Nordeste predominou o tráfico de Iorubas, negros oriundos da Guiné e das proximidades da Nigéria (noroeste da África).

No início do século passado, no Rio de janeiro, o contato do candomblé com o espiritismo kardecista trazido da França no final do século propiciou o surgimento de outra religião afro-brasileira: a umbanda, que tem sido reiteradamente identificada como sendo a religião brasileira por excelência, pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro de tradições africanas, espíritas e católicas.



O culto do candomblé também explica os trajes típicos utilizados pelas baianas, constituídos por uma bata chamada ojá, em algodão branco e bico de renda, saia rodada, torso, colares com contas coloridas, argola de buzo e um par de chagrim em couro, tudo isso para reverenciar os orixás. A produção e comercialização do acarajé são transmitidas de geração para geração tornando-se, assim, um verdadeiro patrimônio da cultura brasileira.
Os índios plantavam mandioca e milho e com estes ingredientes faziam: farinha, pirão, tapiocas e bebidas fermentadas.
Os Portugueses quando chegaram trazendo as sardinhas, bacalhau, os cozidos de carne de boi com legumes e os doces finos.
Com os negros a cozinha colonial conheceu a pimenta malagueta, o quiabo e o azeite de dendê. Da mistura dos hábitos alimentares dessas três etnias nasceu a culinária baiana, que reúne quase 50 tipos de pratos diferentes. Boa parte dessa diversidade, porém, se deve à cultura africana e, principalmente, à religião do Candomblé; o acarajé, caruru, mungunzá e bobó de camarão, entre outras, são adaptações da comida sagrada dos orixás. Desde o século XVI chegavam à Bahia levas de escravos de diversas regiões da África. Uma vez vendidas nos pregões que aconteciam na área onde hoje é o Mercado Modelo, as negras eram levadas até a cozinha da casa grande, onde conhecia o açúcar, o sal, alho, limão, arroz, as carnes de boi e galinha, apreciadas pelas senhoras, além do milho e do feijão, já consumido pelos índios. Em contrapartida, apresentavam ao paladar lusitano o gengibre, o inhame e receitas que aproveitavam ingredientes como amendoim e banana.

Vivendo na cozinha, elas começaram a adaptar as comidas de Orixá ao gosto dos patrões e a misturar os ingredientes disponíveis. Mas, nem todos os pratos da culinária baiana tiveram origem das misturas que as africanas faziam na cozinha da casa grande. A historiadora popular, conta que quando o gado era abatido, somente a carne nobre era separada para o consumo dos senhores, enquanto a carcaça e as vísceras eram dadas aos escravos. Da criatividade dos habitantes da senzala surgiram a feijoada, o mocotó e o sarapatel, três pratos tão famosos quanto os que levam azeite de dendê.

E no tabuleiro das baianas também têm outras iguarias - como o abará que se trata de um bolinho de feijão ralado e camarão seco, enrolado na folha da bananeira e cozido servido com os mesmos acompanhamentos do acarajé, além das cocadas de vários sabores e cores. Existem algumas baianas famosas em Salvador, no largo da mariquita, no largo da sereia, mas, a minha preferência fica por conta da baiana que tem na Pituba, na esquina com o super pão, não tem como errar, e a receita, há anos, que ela não erra.

Vatapá

Um dos acompanhamentos do acarajé. Esse é o nosso vatapá. Feito com pão e azeite de dendê. Com uma textura deliciosa e sabor exótico.

"Quem quiser vatapá,
Ô Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nega baiana,
Ô Que saiba mexer
Que saiba mexer"
(Vatapá - Dorival Caymmi)
Banana da terra frita para acompanhar.

Ingredientes:
04 pães de sal
50 ml azeite de dendê
01 coco seco
01 litro de agua do coco verde
01 pedaço pequeno de gengibre ralado
1/2 maço de coentros
04 cebolas grandes - 1 para cada pão
70 g de amendoins
70 g de castanhas
200 g de camarão seco
01 colher sopa de açúcar.
01 cebola 50 g e camarão seco para finalizar.


Iniciar Receita:

Leite de coco fresco:
Quebre o coco seco, descasque-o e retire toda a sua casca marrom. Corte em fatias finas e lave em agua corrente.  Bata no liquidificador o coco seco cortado em fatias junto com a agua do coco verde. Repita quanto necessário. Peneire e reserve o leite de coco fresco.


Vatapá:
Corte os pães (eu compro o pão com uns 04 dias de antecedência) em pedaços e molhe com o de leite de coco fresco. Deixe de repouso por 01 hora. No liquidificador bata os pães umedecidos com o leite de coco e aos poucos acrescente o amendoim, a castanha, as cebolas, o gengibre, o coentro e o camarão seco. Bata bem. Coloque numa panela grande e leve ao fogo baixo, sempre mexendo. Esse processo pode demorar um pouco.  Mas tenha paciência que vale a pena o resultado. Adicione o azeite de dendê. Quando começar a soltar da panela bata a cebola e o camarão seco num processador e junte ao vatapá. Coloque o açúcar e prove o sal. 

Fica aqui algumas das receitas possíveis de encontrar em restaurantes ou cozinhas das soteropolitanas.
Abará
Acarajé
Aipim frito
Arroz de halça
Banana da terra frita
Bolinho de peixe
Caldo de camarão
Caldo de lambreta
Caldo de peixe
Caldo de sururu
Caranguejada
Carne de fumeiro
Carurú
Cozido
Ensopado de peixe
Ensopado de tudo
Farofa de azeite de dendê
Feijoada
Frigideira de camarão com maturi
Lambreta com cebola e coentro
Maniçoba

Mariscada
Moqueca de carne
Moqueca de lagosta
Passarinha
Peixe frito com farofa e vinagrete
Quiabada
Queijo coalho com melaço
Rabada
Roupada velha
Sarapatel

Conhece alguma que não coloquei na lista? É só informar nos comentários do post...

Carurú

Sua origem veio de comida para ritual do candomblé - o amalá, iguaria feita com quiabos inteiros. Com a adaptação da cultura luso-africana inventou o caruru.




Para o nosso fiz um receita três vezes maior que essa do blog, mas não há erro. Compre quiabos bem verdinhos, lave-os com antecedência, e deixe secar, só comece a corta-los quando todos estiverem secos.

Ingredientes:

50 quiabos
30 ml azeite de dendê
01 pedaço pequeno de gengibre
½ maço de coentros
02 cebolas grandes
70 g de amendoins
70 g de castanhas
200 g de camarões secos
02 copos de agua quente
Sal a gosto.


Iniciar receita:
Lave os quiabos em agua corrente e espere escorrer toda a agua ou enxugue-os um a um em um pano para não dar baba. Corte em cubinhos pequenos, bem pequenos, há pessoas que passam no processador, eu ainda prefiro da maneira antiga.
Separadamente, Bata no processador o amendoim, a castanha, as cebolas, o gengibre ralado, o coentro e o camarão seco.  Refogue esses temperos em uma panela grande, quando estiverem cozidos coloque o quiabo e adicione a agua quente. Mexendo de vez em quando, até solta da panela.  Prove o sal. O quiabo escure um pouco quando está cozido.
Caso o seu caruru fique com muita baba é só adicionar uma colher de suco de limão.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Moqueca de peixe



E, para a nossa receita de hoje, continuando o nosso Carurú, coloco a disposição de vocês uma moqueca de vermelho que não sobrou nem o caldo para contar história. De acompanhamento tivemos a banana da terra frita, o feijão fradinho, farofa de azeite e o arroz branquinho - cardápio totalmente baiano, daqueles que deixa com vontade de tirar uma sonequinha depois.

Ingredientes da Moqueca:
02 kg de peixe
01 tomate em rodelas
01 cebola grande em rodela
01 pimenta de cheiro ou dedo de moça
Cheiro verde picadinho para finalizar

Ingrediente do Molho base:
01 coco seco
01 l de água do coco verde
01 cebola
02 dentes de alho
01 colher de amido de milho
01 tomate s/ pele
01 colher de sopa de extrato de tomate
¼ de pimentão
03 colheres sopa de azeite de oliva
01 maço de coentros
50 ml de azeite de dendê
02 colheres de sopa de suco de limão
Sal e Pimenta do reino a gosto

Marinada:
Suco de 01 limão
01 colher de chá de sal
½ maço de coentro

Coloque tudo em um recipiente e junte o peixe, cortado em postas e lavado. Faça isso pelo menos 01 hora antes de iniciar a moqueca.


Iniciar a Moqueca:

Leite de coco fresco:
Quebre o coco seco, descasque-o e retire toda a sua casca marrom. Corte em fatias finas e lave em agua corrente.  Bata no liquidificador o coco seco cortado em fatias junto com a agua do coco verde. Repita quanto necessário. Peneire e reserve o leite de coco fresco.


Molho base:
Numa panela grossa (ainda não é a panela definitiva para a moqueca, no final poderá monta-la na panela de barro e cozinhar o peixe) Refogue o alho e a cebola, ambos ralados, no azeite de oliva. Junte o amido de milho, misture bem. Adicione o tomate picado e sem pele, o pimentão e o coentro (amarre o coentro em um barbante prendendo-o e retire no final quando o molho estiver pronto). Coloque o azeite de dendê e acrescente aos poucos parte do leite de coco fresco. Repita algumas vezes até que todo o tempero dissolva e se torne um molho grosso. No final coloque o leite de coco restante e reserve.

Moqueca de peixe:
Até aqui você viu que a minha receita de moqueca tem algumas etapas. Diferente das receitas habituais. Isso porque, aprendi que se faz um molho base o peixe ganha mais sabor, a moqueca fica mais densa e saborosa e com uma aparência incrível. Por isso separei os ingredientes: Moqueca e Molho base, isso para facilitar.

Vamos montar a nossa moqueca:
 Numa panela de barro – ou qualquer outra da sua escolha - Coloque um pouco do Molho base, não muito. Em seguida coloque uma camada de tomate, cebola. Distribua as postas de peixe encima desta camada, cubra com o restante do molho base e finalize com o cheiro verde e para decorar uma pimenta vermelha. Cozinhe em fogo baixo por aproximadamente 20 minutos. Não tampe a panela durante o cozimento. Verifique o sal quando finalizar o cozimento e está pronta.